O que é melhor? Financiamento público das campanhas eleitorais, ou deixarmos a cargo de pessoas físicas e jurídicas do setor privado? Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o resultado fica bem claro ao considerarmos o tão conhecido "toma lá, dá cá".
Tenho visto pessoas dizerem que já pagamos impostos demais, que seria mais um abuso financiarmos as campanhas políticas. Não sabem eles o quanto custa mais caro para todos nós quando grandes empresas colocam candidatos no poder. Aí vale aquele ditado "E dando que se recebe". Os donatários invariavelmente retribuem o que receberam, e não é com o patrimônio próprio, mas com o nosso dinheiro mesmo.
"Qual o princípio do financiamento público?
O objetivo do financiamento público é contrabalancear - ou mesmo anular - a influência do poder econômico nas eleições. Os defensores de um modelo majoritariamente ou totalmente público argumentam que doações privadas desvirtuam a democracia, pois as grandes corporações são muito mais ricas que os indivíduos e, assim, têm mais recursos para influenciar nas eleições."
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/03/150330_financiamento_butao_ms>
Nada mais bem colocado do que a afirmação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, de que "a Gênese da corrupção é o financiamento privado de campanha".
"Ele afirma que o financiamento de campanhas por empresas “sequestra a regra básica nas democracias e amplia a exclusão do segmento popular”, pois limita o acesso daqueles que tem menos poder econômico, aumentando o “distanciamento entre políticos e sociedade”.
“O financiamento empresarial corrói a transparência dos partidos ao vinculá-los a objetivos que não podem ser assumidos porque ferem o interesse público. E, por fim, aumenta o risco de políticos, na corrida por dinheiro, praticarem ações ilícitas”, enfatizou o ministro.
http://www.vermelho.org.br/noticia/261243-1
Não poderia deixar de consignar aqui mais esta afirmação do Ministro: “'A corrupção é intolerável. Combatê-la diretamente é também dotar o país de um sistema político mais democrático, transparente e controlado pela sociedade. É necessário e será melhor vivermos com campanhas eleitorais mais baratas e austeras, nas quais as ideias, opiniões e programas partidários sejam a base de escolha dos nossos representantes. Quem deve financiar esta democracia é o eleitor cidadão, e não interesses empresariais', finalizou." (Idem)
Quando as campanha eleitorais ficam à mercê do setor empresarial privado, há um círculo vicioso: grandes empresas fazem grandes doações para alguns candidatos; estes, com muito dinheiro para propagandas, são eleitos; eles retribuem com vantagens para seus doadores; o sistema se mostra lucrativo, então os investimentos retornam para a famigerada reeleição. Assim, fazem uso da máquina pública às avessas na eleição, favorecendo os doadores, e o prejuízo público é enorme, o que não ocorreria se todos os partidos em campanha fossem financiados equitativamente com dinheiro público, sem o risco de os eleitos estarem comprometidos com os seus financiadores em detrimento dos cidadãos.
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